No sofrimento, a raiz da glória

V Domingo da Páscoa

Embora constatemos a instintiva repugnância de nossa natureza em relação a todo sofrimento, é nele que se encontra a porta da autêntica felicidade, e no amor ao próximo o sinal característico do cristão

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP. Fundador dos Arautos do Evangelho

A harmonia da natureza humana no Paraíso

Nossa vida na face da Terra pode ser definida como uma grande prova, pois viemos a este mundo para enfrentar uma existência tisnada pelo pecado, repleta de dificuldades, e só se formos fiéis às graças recebidas obteremos o prêmio da eterna bem-aventurança. A prova é posta pelo Criador no caminho de todos os seres inteligentes, e nem sequer os Anjos foram chamados à visão beatífica sem passar por ela.1 Adão e Eva, nossos primeiros pais, tinham sido introduzidos no Paraíso, em graça, também para serem experimentados e não foram fiéis. Ao romper a obediência e comer o fruto proibido, foram expulsos do Éden e privados de muitos dos privilégios concedidos por Deus quando viviam em estado de justiça, dentre os quais a ciência infusa, que dava o conhecimento dos segredos da natureza, a impassibilidade, pela qual não adoeciam, e o magnífico dom de integridade.

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O “Canto de Cisne” da humanidade

O Reino de Maria será como o “canto de cisne” da humanidade. Nesse Reino a sociedade temporal crescerá tanto em dignidade que os homens, ainda que vivendo nesta terra de exílio, serão semelhantes aos habitantes do Céu

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

É muito significativo o pensamento que nos sugere a Epístola de São Paulo a Tito: “a graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens” (Tt 2,11) . Se, por um lado, é difícil formarmos uma ideia acertada da situação da humanidade antes da Encarnação do Verbo, por outro, basta ter experiência da ação da graça para conceber que, pelo simples fato de nascer, Nosso Senhor Jesus Cristo outorgou ao mundo um benefício incalculável.

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Somos todos ovelhas de Jesus?

IV Domingo da Páscoa

Assim como outrora Jesus, o Bom Pastor, procurou atrair todos para seu Rebanho, sua voz continua hoje a ressoar nos corações, apelando para que nos deixemos apascentar por Ele. Os fariseus O recusaram decididamente. Que atitude tomará este nosso mundo?

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP. Fundador dos Arautos do Evangelho


O simbolismo na obra da criação

Do nada, Deus criou todas as coisas, e de forma instantânea; não transformou seres preexistentes, mas agiu por um ato exclusivo de sua onipotência, incomunicável a qualquer outro ser, mesmo por milagre.1 Ele tornou realidade o universo tendo em vista sua própria glória: “D’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas. A Ele a glória por toda a eternidade!” (Rm 11, 36). O Concílio Vaticano I é categórico neste particular: “Se alguém negar que o mundo foi criado para a glória de Deus, seja anátema”. (…)

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O Filho Pródigo: Justiça e Misericórdia

IV Domingo da Quaresma
(Domingo Laetare)

Analisando os atos de Deus sob o mero prisma da humana justiça, difícil se torna compreendê-los. Na parábola da Liturgia de hoje, enquanto o egoísmo se revolta, a justiça e a misericórdia se osculam num dos mais belos exemplos do Evangelho. Como melhor degustá-lo? Eis o objetivo deste artigo

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP

A parábola do filho pródigo

A pérola de todas as parábolas

De maneira singela, mas com beleza literária insuperável, a parábola em questão nos coloca diante do entrechoque das várias justiças. Sua concisão e extraordinária riqueza de colorido, abordando matéria tão viva e retratando através de fluida analogia muitos atos de nossa existência, tornam facilmente perceptível o fundo da lição proferida pelo Divino Mestre. Vamos, porém, empenhar-nos em ressaltar aspectos pouco comentados da mesma: os extremos opostos dos dois juízos — o do pai e o do filho maior.

Temos diante dos olhos uma das mais eloquentes páginas do Evangelho, considerada como a pérola de todas as parábolas. Ela é, de si, um pequeno evangelho. Sem dúvida alguma, o cerne da parábola consiste em colocar ao alcance de qualquer inteligência, até das menos favorecidas, a pulcritude da bondade de Deus em perdoar ao pecador arrependido com exuberante e alegre solicitude. O pai, neste contexto, representa Deus.

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Luta e glória nos são oferecidas por Deus

II Domingo da Quaresma

A vida do homem transcorre num vale de lágrimas, no qual o sofrimento sempre está presente. Para nos sustentar em meio à luta, Deus nos aponta, através de graças sensíveis, o grandioso fim ao qual estamos destinados

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP

Transfiguração por Fra Angelico – Basílica Nossa Senhora do Rosário dos Arautos do Evangelho – Caieiras/SP

Somos chamados “ad maiora”

Ao formar o homem à sua imagem e semelhança (cf. Gn1, 26), Deus destinou-o a ocupar um elevado lugar na criação, inferior apenas ao dos Anjos. O ser humano, como única criatura dotada de inteligência em todo o universo material, possui uma notável superioridade sobre as outras, além da capacidade de dominá-las, transformá-las e utilizar-se delas com sabedoria, tornando mais perfeita a obra do Criador.

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Quem é o verdadeiro discípulo?

Comentário ao Evangelho do VIII Domingo do Tempo Comum

A missão de conduzir as almas ao Reino dos Céus é confiada por Nosso Senhor aos humildes, por reconhecerem a própria insuficiência. Por isso, seus esforços pela salvação das almas coroam-se de bons frutos

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP

A necessidade de um guia seguro

Num mundo em que a verdadeira caridade em relação ao próximo vai se tornando rara pelo predomínio do egoísmo, grande é o drama daqueles que atravessam a vida sem alguém que lhes indique o caminho da verdadeira felicidade. A esse respeito, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira tece o seguinte comentário:

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