A festa dos irmãos celestes

Solenidade de Todos os Santos

Na Solenidade de Todos os Santos a Igreja nos convida a ver com esperança nossos irmãos celestes, como estímulo para percorrermos por inteiro o caminho iniciado com o Batismo e atingirmos a plena felicidade na glória da visão beatífica

Monsenhor João S. Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório

 


I – Os Santos, irmãos celestes?

Na Solenidade de Todos os Santos a Igreja celebra todos aqueles que já se encontram na plena posse da visão beatífica, inclusive os não canonizados. A Antífona da entrada da Missa nos faz este convite: “Alegremo-nos todos no Senhor, celebrando a festa de Todos os Santos”.1 Sim, alegremo-nos, porque santos são também — no sentido lato do termo — todos os que fazem parte do Corpo Místico de Cristo: não só os que conquistaram a glória celeste, como também os que satisfazem a pena temporal no Purgatório, e os que, ainda na Terra de exílio, vivem na graça de Deus. Quer estejamos neste mundo como membros da Igreja militante, quer no Purgatório como Igreja padecente, quer na felicidade eterna, já na Igreja triunfante, somos uma única e mesma Igreja.

E como seus filhos temos irmandade, conforme diz São Paulo aos Efésios: “já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos Santos e membros da família de Deus” (Ef 2, 19).

Continue lendo “A festa dos irmãos celestes”

A santidade consiste na prática de todas as virtudes em grau heroico

Dominar-se a si mesmo a tal ponto de não cair em pecado, para ser fiel à virtude e nela crescer, estar disposto a fazer, a qualquer hora, um ato de heroísmo, é incomparavelmente mais duro do que ir para a Lua

Plínio Corrêa de Oliveira


O heroísmo de um santo é muito maior do que o de um grande herói num campo de batalha

O religioso que passa a vida inteira num convento, cumprindo a Regra na perfeição, pratica um verdadeiro heroísmo, pelo qual devemos ser transidos de admiração. Tanto isso é assim que existem muitos santos que não tiveram visões nem revelações, não operaram milagres em vida, e cuja santidade se verifica apenas pela conformidade heroica de seu procedimento com os preceitos e conselhos dados por Nosso Senhor Jesus Cristo.

O que é então a santidade? Não é apenas a posse habitual de todas as virtudes, mas é a prática dessas virtudes em grau heroico. Quer dizer, é o exercício dos hábitos bons de maneira a levá-los até o heroísmo. É um modo insigne de possuir a virtude.

Continue lendo “A santidade consiste na prática de todas as virtudes em grau heroico”

Nossa Senhora do Rosário, uma festa de glória!

Uma das linhas mestras da piedade de Dr. Plinio era promover a glória da Santa Mãe de Deus. Por ocasião da festa de Nossa Senhora do Rosário, Dr. Plinio manifesta um de seus mais entranhados desejos

Nós devemos festejar a data que a Igreja dedica a Nossa Senhora do Rosário com um empenho especial pela simples razão de que o Rosário é um dos símbolos mais característicos da piedade cristã.

Houve tempos em que ele pendia dos hábitos de quase todos os religiosos, ele estava no bolso de todas as pessoas católicas, inúmeras eram as pessoas que eram enterradas com ele nas mãos.

Quando se queria simbolizar a piedade, este símbolo era o Rosário.

De maneira que nós devemos olhar para esta festa do Rosário cheios de esperança, e pedir a Nossa Senhora, que ajudou aos cristãos vencerem a Batalha de Lepanto, que nos conceda a graça da vinda do Reino d’Ela, que será também o Reino do Rosário.

Continue lendo “Nossa Senhora do Rosário, uma festa de glória!”

O Purgatório existe

Há pessoas que ainda duvidam da existência da vida eterna…

Por Gaudium Press. Quantas vezes ouvimos dizer que o purgatório e o inferno não existem, que foi uma história inventada para assustar as pessoas ou para controlá-las através da religião. Afinal, Deus é misericórdia e perdoa a todos. Não, jamais iria criar um lugar de tormentos. Isso é uma invenção dos fanáticos religiosos.

No entanto, a realidade é outra…

Continue lendo “O Purgatório existe”

Uma sociedade marcada pela inocência

Naquele tempo, 30 Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, 31 pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles O matarão. Mas, três dias após sua Morte, Ele ressuscitará”. 32 Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar. 33 Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “O que discutíeis pelo caminho?” 34 Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. 35 Jesus sentou-Se, chamou os Doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” 36 Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: 37 “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a Mim que estará acolhendo. E quem Me acolher, está acolhendo, não a Mim, mas Àquele que Me enviou” (Mc 9, 30-37).

Estando com seus discípulos na Galileia, o Divino Mestre lhes fala de perseguições, Morte e Ressurreição, em contraposição à ideia de um Messias meramente humano, restaurador do poder temporal de Israel. Diante deles abre-se um panorama inteiramente novo: humildade, desapego e serviço serão as características de quem quiser exercer a autoridade segundo o espírito de Jesus.

XXV Domingo Do Tempo Comum

Por Mons. João S. Clá Dias, EP

A causa mais profunda das dissensões

Afirma o Apóstolo São Tiago na segunda leitura (Tg 3, 16-4, 3) deste 25º Domingo do Tempo Comum, “onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más” (Tg 3, 16).

Continue lendo “Uma sociedade marcada pela inocência”

O céu, “uma comunhão sem fim”

A Eucaristia é o céu na terra. E ainda, com mais propriedade, que “A Eucaristia é verdadeiramente um resquício do céu que se abre sobre a terra” A Santa Hóstia é uma brecha, uma janela, que nos mostra e nos faz degustar o céu!

Pe. Rafael Ramón Ibarguren Schindler*, EP

Bem sabemos que coisas sucederão ao homem ao final de sua vida na terra: a morte, o juízo e um destino eterno; estas etapas ou pórticos são chamados novíssimos. O destino eterno poderá ser o céu ou o inferno.

Quão saudável é pensar nestas tremendas e inevitáveis realidades! Diz o Eclesiástico “Pensa nos novíssimos e não pecarás eternamente”, ou seja, não te condenarás. Outra tradução do mesmo versículo da Bíblia assim reza: “Em todas tuas ações têm presente teu fim, e jamais cometerás pecado”. São noções afins e complementárias.

Pois sim, a meditação no céu deveria ocupar um espaço considerável em nossa mente e em nosso coração.

Ainda que o homem tenha sede de infinito e aspira à bem-aventurança, é verdade que está mais ao nosso alcance, nos é mais fácil, o temor do inferno que o desejo do céu. Nossa natureza tem horror ao sofrimento; mas no paraíso terreno, antes do pecado original, não éramos assim. Na realidade, tanto no plano inicial quanto no de herdeiros da culpa de Adão, está sempre vigente o desejar, tender e alcançar a meta para a qual fomos criados: a companhia e a visão eterna do Criador.

Continue lendo “O céu, “uma comunhão sem fim””