Quanto à Eucaristia, Direitos e Deveres

Tributem os fiéis a máxima veneração à Santíssima Eucaristia, tomando parte ativa na celebração do sacrifício augustíssimo, recebendo este sacramento frequentemente e com muita devoção, dando-lhe culto com suma adoração (Código de Direito Canónico, cânon n° 898 )

Pe. Rafael Ramón Ibarguren Schindler*, EP

Praça de São Pedro, Estado do Vaticano

Entende-se por Direito o conjunto de normas que são estabelecidas para reger uma sociedade determinada.

Naturalmente, essas normas se dispõem de maneira obrigatória e seu não cumprimento pode acarretar uma sanção.

A Igreja, como o Estado ou qualquer outra sociedade, tem seu direito próprio, o Direito Canônico. Nada mais lógico, uma vez que ela é uma sociedade visível, instituída e organizada hierarquicamente, que trata das necessidades e das obrigações dos fiéis.

O Código de Direito Canónico vigente na Igreja Latina foi promulgado por São João Paulo II em 25 de janeiro de 1983.

Ele compõe-se de normas jurídicas que alcançam o amplo campo da vida eclesial; algumas são vinculantes e por isso obrigam-se em consciência, outras são discricionárias, e outras, por fim, exortativas.

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Congressos Eucarísticos… paroquiais?

Entre as manifestações de culto ao Santíssimo Sacramento se destaca a realização dos Congressos Eucarísticos

Pe. Rafael Ramón Ibarguren Schindler*, EP

IV Congresso Eucarístico Nacional, realizado no ano de 1942 em São Paulo, no Vale do Anhangabaú, com a presença de 500 mil pessoas. A população da cidade nesta época era de 1.400.000 pessoas

O que são propriamente os congressos eucarísticos? São eventos eclesiais cujo propósito é aumentar a compreensão e a participação dos fiéis no mistério eucarístico, seja no âmbito da Santa Missa, seja em outras expressões que tendem a irradiar os efeitos da Presença Real na vida pessoal e social.

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Apaga-se a luz da razão!

Quando a poesia se soma à súplica orante e a teologia, em termos que atingem todos os fiéis, dos mais instruídos aos mais simples, torna-se especialmente atraente, pastoral e útil

Pe. Rafael Ramón Ibarguren Schindler*, EP

Altar da Basílica Nossa Senhora do Rosário dos Arautos do Evangelho

É nessa composição (poesia, suplica e teologia) que se reúnem os transcendentais do ser, assim chamados por São Tomás de Aquino: a unidade, a verdade, o bem e a beleza, que em latim chamamos de unum, verum, bonum e pulchrum.

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Expande-se a Adoração Perpétua

Vão se difundindo em todo mundo católico as capelas de adoração eucarística perpétua. Geralmente são espaços anexos às igrejas paroquiais onde o Santíssimo Sacramento está exposto continuamente por 24 horas

Pe. Rafael Ramón Ibarguren Schindler*, EP

Capela da Adoração Perpétua na Basílica Nossa Senhora do Rosário, dos Arautos do Evangelho

Os fiéis se comprometem a adorar ao Senhor em turnos fixos. Também chegam pessoas em horas que podem escolher de acordo com sua conveniência, mesmo que não estejam inscritas.

Esta prática devocional se tornou muito comum em quase todas as dioceses do mundo. Bento XVI já comemorava esta realidade no seu discurso de Natal de 2005: “é comovente ver a Igreja descobrindo a alegria da adoração eucarística e os frutos já se manifestam“.

Cem anos antes, São Pio X, conhecido como o Papa da Eucaristia, por haver permitido às crianças a possibilidade de comungar ainda na infância e aos fiéis a comunhão diária, chamou a  Adoração Perpétua “a obra mais sublime de todas as obras“.

Escreveu São Pedro Julião Eymard, fundador dos Sacramentinos:

Temos que tirar a Jesus Eucarístico do esquecimento para recolocá-LO no topo da sociedade cristã para que a dirija e a salve. Temos que construir um palácio, um trono, cercá-lo com uma corte de servidores fiéis, de uma família de amigos, de um povo de adoradores.”

Do que isso se trata? É necessário motivar os servidores, para que eles sejam bons amigos e adoradores fervorosos.

São Pedro Julião Eymard

Na história da igreja, vemos que até o século XII, o culto eucarístico foi limitado ao momento da celebração da Missa. Posteriormente, começaram as celebrações extra litúrgicas e públicas, sendo a mais significativa, a solenidade de Corpus Christi. Também mais tarde, outras formas de adoração como as quarenta horas, a adoração noturna ou os congressos eucarísticos.

A Adoração Perpétua, que teve a sua origem nos conventos e mosteiros, de onde foi permeando a esfera social, acolhida pelo clero secular e pelas próprias dioceses. Atualmente estima-se que em todo o mundo há cerca de 2.500 lugares com a adoração perpétua estabelecida.

O número impressiona, é uma bela conquista… mas poderia ser muito maior. Tanto mais que se comprovam os frutos nos lugares onde é eternamente adorado o Pão dos Anjos, que são: maior comparecimento e recepção dos sacramentos, muitos católicos que voltam à prática religiosa depois de terem se afastado, crescimento das vocações sacerdotais e religiosas, renovação da vida familiar, valorização da vida comunitária nas paróquias e maior participação nas pastorais…

Há um exemplo impressionante que foi muito difundido em sua época. Vale a pena registrá-lo aqui.

Foram abertas dez capelas de Adoração Perpétua na cidade de Juarez, uma das cidades mais perigosas do México devido a criminalidade, e o resultado foi extraordinário: no espaço de cinco anos (2010-2015) as taxas de homicídios foram reduzidas de 3.766 a 256 somente! É certo que a prática da adoração influenciou neste resultado!

Sono dos apóstolos no Horto das Oliveiras

Independentemente de tais resultados positivos, práticos e espirituais, Jesus nos espera sempre.

Ele permaneceu neste sacramento precisamente para estar com os homens. E os homens o deixam sozinho…

Impressiona a interpelação que faz Jesus a seus três íntimos Apóstolos no Getsêmani:


veio então aonde os discípulos estavam e os encontrou dormindo, e disse a Pedro: como não foi capaz de vigiar uma hora comigo?” (Mt 26, 40).

A cada fiel o Senhor faz a mesma pergunta; nos interroga com dor mas sem amargura e cheio de suavidade, como quem convida um amigo: “mas nem uma hora?”

O Santíssimo Sacramento é uma tábua de salvação para a nossa sociedade desviada. É também a Virgem… que nos traz a seu Divino Filho presente na Eucaristia. Há uma belíssima invocação Mariana: “Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento”. Ela foi o primeiro tabernáculo onde Jesus habitou durante nove meses.  Dando a Virgem sua carne e seu sangue, Maria nos dá a Eucaristia, remédio de imortalidade, em oposição ao funesto alimento que nos deu Eva.

Quando a humanidade se entregará para o jugo suave do Senhor que nos espera em tantos lugares onde está exposto? Quando isso acontecer, se poderá dizer que se realizou a súplica: “faça sua vontade na terra como no céu”.

Jesus nos adverte docemente para assistir à Missa de domingo. Entretanto, todos os dias, incansavelmente e sem se render,  nos atrai… tantas vezes em vão. No caminho de casa ao trabalho ou a escola, ou mesmo pelos lugares onde passamos, muitas vezes há um local onde está o Santíssimo Sacramento: uma igreja, uma capela, um oratório. E nem uma hora podemos acompanhá-lo, nem cinco minutos, nem mesmo um?

A presença real de Cristo no meu caminho é um imerecido privilégio e uma responsabilidade enorme!

Concluímos com uma reflexão: o poeta Virgílio disse “fugit irreparabile tempus” (o tempo foge irremediavelmente). Com efeito, os anos passam e vão deixando suas marcas, enquanto os corações de pedra insistem em não se beneficiar dos benditos eflúvios que partem da Hostia consagrada.

Inevitavelmente, chegará também o dia do acerto de contas…

Queira Deus que neste dia, pelos rogos de Maria Santíssima, o Rei de tremenda Majestade nos salve, pois é Ele uma fonte de piedade, como reza o hino latino Dies Irae:

Rex tremendae maiestatis, salvandos salvo livre, salva-me, fons pietatis.

Assunção, Paraguai, setembro de 2018

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*Conselheiro de Honra da Federação Mundial das Obras Eucarísticas e da Igreja.

Dezoito meses da presença do Apostolado do Oratório em Paulo Afonso (BA)

No último dia 30, recebemos do Sr. Paulo Roberto dos Santos, supervisor do Apostolado do Oratório em Paulo Afonso (BA), relato sobre um encontro comemorativo pelos 18 meses de atividade do Oratório naquela cidade:

No dia 17 de agosto fizemos um grande encontro no salão paroquial da igreja de São Francisco, na cidade de Paulo Afonso (BA), pertencente à diocese de Nossa Senhora de Fátima. Diz respeito à celebração da festa de um ano e seis meses de nosso apostolado.

Iniciamos com o santo terço, depois tivemos a Adoração a Jesus na Eucaristia, com presença do Revmo. Pe. Ednei, que ficou conosco o dia todo. Houve confissões e a celebração da Santa Missa no encerramento.

Dom Guido Zedron, bispo diocesano, proferiu uma palestra sobre o nosso apostolado e a missão de todos nós, como Arautos do Evangelho, dentro de nossas paróquias. Tratou da missão de anunciar Jesus e Maria e o encontro com as famílias mais carentes de Deus, em nossos bairros e nossa cidade.

Ao final do encontro, fizemos a nossa confraternização de irmãos e filhos de Maria. Agradeço a Deus por nosso apostolado que está crescendo muito, e a participação das famílias na reza do santo terço todos os dias. Assim finalizo a meu comentário e peço que seja divulgado este maravilhoso momento juntos com Maria, nossa Mãe do Céu. Amém.

Paulo Roberto dos Santos

Supervisor do Apostolado do Oratório

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Veja também: Visita de integrantes do Oratório ao Hospital Geriátrico Dom Pedro II

No sertão do Ceará, comemoração de um ano do Apostolado do Oratório

Na pequena e acolhedora cidade de Boa Viagem, no sertão do Ceará, pertencente à Diocese de Quixada, foi realizada ano passado uma Missão Mariana pela Cavalaria de Maria dos Arautos do Evangelho.

Durante toda a semana de Missão na Praça Monsenhor José Candido, onde se localiza a encantadora Matriz de Nossa Senhora da Boa Viagem, eram celebradas as Missas e a Adoração ao Santíssimo sacramento.

Para o encerramento dessa Missão, presidiu a Eucaristia o Bispo Diocesano Dom Angelo Pignoli, juntamente com o pároco Pe. José Erineldo Souza.

Uma das supervisoras dos 32 Oratórios que circulam na paróquia, enviou-nos alguns flashes da comemoração de um ano da implantação deste apostolado na cidade.

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Veja também: Maria nos Lares – Os frutos do Apostolado do Oratório Maria Rainha dos Corações