“Oh! Maria Santíssima! Se eu fosse Rainha do Céu e Tu fosses Teresa, eu queria ser Teresa a fim de que tu fosses a Rainha do Céu”
Santa Teresinha do Menino Jesus, Carmelita, Doutora da Igreja
Iniciemos agora a meditação dos primeiros sábados, pedida por Nossa Senhora numa aparição à Irmã Lúcia, em 1925. Pediu a Virgem Santíssima nessa ocasião que, em reparação às ofensas cometidas contra seu Sapiencial e Imaculado Coração, os fiéis se confessem, comunguem, rezem um terço e façam quinze minutos de meditação sobre os mistérios do Rosário. E prometeu graças especiais para a salvação eterna de todos os que praticarem esta devoção.
Nossa meditação de hoje se refere ao 3º Mistério Luminoso do Rosário, o “Anúncio do Reino e o chamamento à conversão”. (faça aqui o download do texto completo da meditação)
Veja também: como praticar a devoção do Primeiro Sábado
À missão dos setenta e dois discípulos escolhidos por Jesus bem caberia o título de evangelização da felicidade, sob dois aspectos. Primeiro quanto aos discípulos, porque se davam por inteiro em benefício do próximo, movidos pelo amor a Deus, experimentando em si mesmos como “há mais alegria em dar do que em receber” (At 20, 35). Depois quanto às almas favorecidas pela pregação, porque lhes era oferecida a possibilidade de cumprirem os desígnios de Deus, transformando a vida terrena em preparação para o Céu.
Também a todos nós, batizados, o Mestre chama à verdadeira felicidade, fruto da boa consciência e da fidelidade à vocação individual outorgada por Ele próprio, quer se desenvolva esta no estado sacerdotal, quer no religioso ou no leigo. Tal felicidade terá como essência a evangelização, ou seja, fazer o bem às almas, apresentando-lhes as belezas do sobrenatural e instruindo-as na verdade trazida por Cristo ao mundo. Em suma, hoje o Salvador nos convoca a transmitir a todos os homens a alegria de glorificar a Deus, trabalhando para que a vontade d’Ele seja efetiva na Terra assim como o é no Céu. (Monsenhor João Clá, Revista Arautos no. 139, comentário ao Evangelho, pág. 19)
No dia 12 de Setembro coordenadores e famílias que participam do Apostolado do Oratório puderam sentir a alegria de glorificar a Deus, visitando os enfermos do Hospital Universitário de Jundiaí. Nesta ocasião puderam ter uma comprovação experimental da bela verdade cristã ensinada por São Paulo Apóstolo: “Há mais alegria em dar do que em receber”.
Dando sequência aos comentários de orações a Nossa Senhora, hoje publicamos uma oração quase tão antiga quanto a Ave Maria. Trata-se da antífona Sub tuum præsidium, cantada pela Santa Igreja na Liturgia das Horas e recitada por numerosos fiéis em diversas oportunidades:
“À vossa proteção recorremos, Santa
Mãe de Deus. Não desprezeis nossas
súplicas em nossas necessidades, mas
livrai-nos sempre de todos os perigos,
ó Virgem gloriosa e bendita!”.
Incluída desde tempos imemoriais nos Ritos Ambrosiano, Copta, Sírio e Armênio, sua antiguidade foi confirmada na primeira metade do século XX, quando se encontrou no Egito um papiro do século III contendo o original grego desta expressiva prece.
Desempenhando um elevadíssimo papel na Redenção, a Virgem Maria é, entretanto, muito pouco mencionada no Evangelho. Uma vez, porém, que este se difunde por toda a Terra, surge espontaneamente no coração dos fiéis a súplica à Mãe de Deus, eficaz amparo para sua peregrinação terrena.
O início da oração recolhe os ecos da versão grega da Bíblia e associa à Virgem a capacidade protetora atribuída a Deus pelo salmista:
“Protegei-me sob a sombra de vossas asas” (Sl 16, 8). E a fórmula, “mas livrai-nos sempre de todos os perigos” evoca o pedido feito na Oração Dominical: “mas livrai-nos do mal”.
Como tantas outras preces litúrgicas antigas, o Sub tuum præsidium se destaca por sua nobre simplicidade e sua concisão, aliadas a uma saudável espontaneidade. Segundo alguns estudiosos, essa maneira de implorar com premência a proteção da Virgem Maria indica que os cristãos se encontravam em situação de perseguição, talvez a de Valeriano ou a de Décio.
Outro dado digno de nota: à vista do iminente perigo, os cristãos do século III procuram proteção sob o manto da Virgem Santíssima. Demonstram, pois, estarem conscientes de que Ela ouve e atende seus pedidos, e tem poder para socorrê-los.
Por fim, o Sub tuum præsidium é uma inquestionável prova da antiguidade da devoção a Nossa Senhora, sob a invocação de Mãe de Deus.
Quando a Igreja proclama “Cristo ontem, hoje e sempre!” ela está, ao mesmo tempo, afirmando que as verdades contidas no Evangelho valem para o presente e futuro, assim como valeram no passado.
Mas as repentinas mudanças pelas quais a humanidade tem passado acabam por empanar a clareza de certas doutrinas; sem contar que levam ao desuso de expressões cujo conteúdo revela, muitas vezes, a sua essência. Em concreto, a expressão “Santo Sacrifício da Missa” é uma delas. Entre os fiéis, hoje é mais comum ouvir-se falar em Missa ou Santa Missa, pouco se ouve referir-se a ela como sacrifício. Com efeito, trata-se realmente de um sacrifício, incruento, é verdade! Mas que renova o Sacrifício cruento do Calvário. O artigo do Sr. Millon Barros nos revela a beleza e excelsitude que se encontra por trás da Celebração Eucarística sob a ótica do Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo. Recomendamos a todos que o leiam com atenção e proveito. |
Certo dia, um jovem veio pedir ajuda ao seu pároco. Tratava-se de um caso muito sério, para qual o rapaz não via remédio. Haveria uma reunião no próximo domingo, a respeito da doutrina católica, e esta conferência seria presidida por um orador muito famoso. Todos os seus amigos iriam, e ele não queria perder um evento de tamanha relevância.
Por isso, vinha ao sacerdote pedir que desse outro sacrifício para realizar, pois o do domingo ele não poderia fazer. Ao ouvir este pedido o padre não entendeu a que se referia o rapaz. Aconselhou então ao jovem que lhe explicasse melhor. A este pedido recebeu a seguinte resposta: “É que a reunião será bem no horário do Santo Sacrifício da Missa. Deste modo, eu peço-lhe que me dê outro sacrifício no lugar do Santo Sacrifício do Domingo”.
Esse equívoco relatado acima muitas vezes pode ser o de muitas pessoas, e nem sempre tão jovens. A dúvida de nosso rapaz – e que talvez seja de muitas outras pessoas – pode expressar-se da seguinte maneira: Por que a Santa Missa é chamada de Sacrifício?
O grande problema deve-se a imprecisão do conceito de sacrifício. O que é na verdade um sacrifício? Para muitos o sacrifício é uma ação muito dolorosa que se deve realizar, e da qual não há meios de escapar. Este conceito é por demais simples e não mostra o real teor de um sacrifício, chegando assim a confundir as ideias das pessoas.
Segundo a doutrina católica, o sacrifício, em seu sentido mais estrito, é: “A oblação externa de uma coisa sensível, com certa destruição da mesma, realizada pelo sacerdote em honra de Deus para testemunhar seu supremo domínio e nossa completa sujeição a Ele”.[1]
Este conceito aplica-se inteiramente à Santa Missa, o que faz deste Augusto Ato um perfeito e excelente sacrifício, sendo assim denominado Santo Sacrifício da Missa.
Façamos um paralelo do conceito referido acima com a Santa Missa:
A oblação externa: não é portanto um ato interior, o qual não é conhecido por ninguém. Pelo contrário a Santa Missa é uma oração oficial da Igreja, melhor dizendo, é A Oração Oficial da Santa Igreja, centro o força vital do Corpo Místico de Cristo[2].
E que oblação… é o próprio Filho de Deus que se oferece nas espécies de pão e de vinho. Haverá oblação mais agradável a Deus do que o Seu próprio Filho bem amado no qual está todo o seu agrado[3]?
De uma coisa sensível: é de primordial importância para o homem que o sacrifício seja de algo sensível, pois sendo o homem composto de corpo e alma, o sacrifício deve atender também ao corpo e não apenas à alma. Na Santa Missa o que atende à sensibilidade do homem é o fato de oferecer-se o próprio Corpo e Sangue de Cristo nas espécies do pão e do vinho transubstanciados.
Com certa destruição da mesma: para ser um sacrifício em estrito senso, é necessário que aquilo que se oferece seja inteiramente destruído. É o que se dá na Santa Missa pela comunhão do sacerdote e dos fiéis do Corpo e Sangue de Jesus Cristo.
Realizada pelo sacerdote: é uma conditio sine qua non para a existência da Santa Missa, um sacerdote devidamente consagrado pela imposição das mãos de um bispo.
Em honra de Deus, para testemunhar sue supremo domínio e nossa completa sujeição a Ele: Não há ato que mais honre a Deus do que a Santa Missa. É a renovação incruenta do Sacrifício do Calvário realizada pelo próprio Cristo na pessoa de seu ministro. Ao mesmo tempo, o homem é convidado a confessar sua total dependência ao Senhor, não deixando por isso de pedir-lhe ajuda e forças para vencer as lutas de nosso vale de lágrimas.
A Santa Missa é, pois, a mais bela expressão externa em honra de Deus, uma vez que é por Ele mesmo oferecido enquanto Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, sendo assim O Verdadeiro Sacrifício da Nova Lei seu sentido mais estrito e perfeito.
Saibamos, portanto, aproximarmo-nos deste Sublime Sacrifício, não como um fardo ou uma dificuldade, mas pelo contrário, como um auxílio nas grandes dificuldades do mundo moderno e de nossa vida particular. Acerquemo-nos da Ceia do Senhor com verdadeira fé e piedade, sabendo que tudo, absolutamente tudo o que nós pedirmos a Ele, não nos negará, pois estas foram suas palavras: “qualquer coisa que pedirdes em meu Nome, será feito” (Jo. 14,13). Desta maneira não receberemos a recriminação de Nosso Senhor: “ainda não pediste nada em meu nome…” (Jo 16, 24).
Por Millon Barros
[1] ROYO MARÍN, Antonio. Teologia moral para seglares. Madrid: BAC, v. I, p. 286.
[2] Cfr. Ecclesia de Eucharistia, João Paulo II, 17 de Abril de 2003.
[3] Cf. Mt 3, 17
Veja também: Poderosa Intercessão
No século IV, numa linguagem um tanto veemente e ardorosa pelo combate à heresia ariana, assim se expressava o grande Santo Atanásio:
Sempre resultará proveitoso esforçar-se em aprofundar o conteúdo da antiga Tradição, da doutrina e da fé da Igreja Católica, tal como o Senhor no-la entregou, tal como a pregaram os Apóstolos e a conservaram os Santos Padres. Nela, efetivamente, está fundamentada a Igreja, de maneira que todo aquele que se aparta desta fé, deixa de ser cristão e já não merece tal nome (Carta I a Serapião).
Como nos ensina a Santa Madre Igreja, é dever do cristão aprofundar-se no conhecimento das verdades eternas contidas no catecismo. A negligência de tal aprendizado chega até mesmo ser considerada uma falta grave, já que implica em nossa salvação.
Com o objetivo de levar os fiéis a um maior aprofundamento da fé cristã, professores e alunos do Instituto Teológico São Tomás de Aquino, prepararam uma obra rica em conhecimento doutrinário e teológico, porém com linguagem acessível a leigos.
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Veja também: Coleção o Inédito sobre os Evangelhos