A Santa Casa de Loreto

Na Anunciação do Anjo São Gabriel, Nossa Senhora recebeu a angélica visita em sua casa em Nazaré. Hoje esta mesma casa está na cidade de Loreto, na Itália. Como isso aconteceu? Veremos neste artigo


No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado da parte de Deus para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem, chamado José, da casa de Davi. O nome da virgem era Maria. (Lc 1, 26)

Este acontecimento, talvez o maior de toda a História, deu-se numa humilde casinha, na cidade de Nazaré, na atual Palestina. Ao refletir alguns instantes sobre este fato grandioso, quem não desejaria viajar no tempo e estar ali, num canto, assistindo este marco de toda a História da humanidade? Quem não gostaria de ser uma simples pedra daquelas paredes para poder contemplar este augusto colóquio e ouvir o “sim” dito por Maria ao anjo Gabriel? Quem não exclamaria como a pequena Teresa Martin?:

Continue lendo “A Santa Casa de Loreto”

A Imaculada Conceição de Maria

“Ó Virgem imaculada e inviolável, Virgem casta e incorruptível, Virgem isenta de toda imundície e de toda mácula do pecado, Virgem esposa de Deus e nossa rainha, Virgem que, por uma gloriosa e maravilhosa concepção, gerastes o homem-Deus, acolhei minha oração.”(1)

Tal é a força da verdade sobre a Imaculada Conceição de Maria que, nos primeiros tempos da Igreja, Santo Efrém cantava com entusiasmo os louvores acima. E São Tomás de Vilanova ensinava:
Convinha que o santuário de Deus, a mansão da sabedoria, o relicário do Espírito Santo, a urna do celestial maná, não tivesse a menor mancha”.
São Pio X afirma:
No mistério da Imaculada Conceição, quantos auxílios eficazes encontramos, em sua própria fonte, para conservar as virtudes e as praticar como convém!”
E diz ainda São João Paulo II:

“A Maria, que teve o privilégio de não estar sujeita ao poder do mal e do pecado um instante sequer, os cristãos contemplam como o modelo perfeito e a imagem da santidade, à qual devemos chegar pela ajuda da graça do Senhor”.

Continue lendo “A Imaculada Conceição de Maria”

A vigilância: uma esquecida virtude?

I Domingo do Advento

Ao se iniciar o Ano Litúrgico, o Divino Mestre nos exorta a termos sempre diante dos olhos o fim último para o qual fomos criados e a estarmos preparados para o encontro com o Supremo Juiz. Para tal é indispensável a prática de uma virtude muitas vezes esquecida ou menosprezada: a vigilância


I – Fundamental virtude da vigilância

Ao contemplar a natureza, seja no campo aberto, ou no interior de uma floresta, chamam-nos a atenção certos aspectos, dos quais podemos haurir uma lição para nossa vida espiritual. Vemos, por exemplo, o voo de um pássaro levando no bico um graveto a fim de construir o ninho para colocar os ovos e perpetuar sua espécie. Aquilo é feito com a precisão de um marceneiro ― apenas por instinto e não por ter inteligência ―, uma verdadeira obra de arte. Imaginemos, então, que essa ave recebesse uma alma, não como o principium vitæ que vegetais e animais têm, mas uma alma imortal como a do homem, que subsiste mesmo quando separada do corpo pela morte. Em tal caso, caberia ao pássaro considerar mais valioso o ninho que ele está armando ou a existência eterna de sua nova alma? A segunda opção é evidente. Sem deixar de fazer o ninho, ele deveria concentrar a primeira preocupação no seu destino sempiterno.

Continue lendo “A vigilância: uma esquecida virtude?”

Santa Catarina Labouré e a Medalha Milagrosa


Em 27 de novembro celebramos a festa de Nossa Senhora das Graças. Foi exatamente neste dia, no ano de 1830, na capela do convento da Rue du Bac, em Paris,  França, que Nossa Senhora apareceu a Santa Catarina Labouré e mandou-a cunhar a Medalha Milagrosa


Segundo a santa revelou, o rosto da Virgem Maria era de uma beleza indescritível; os pés, pousados sobre uma esfera, da qual a vidente só avistava a metade superior, pisavam a cabeça de uma serpente; nas mãos, ela segurava um globo de ouro; os olhos miravam o céu.

Continue lendo “Santa Catarina Labouré e a Medalha Milagrosa”

Cristo Rei

Solenidade de Cristo Rei

Por direito de herança e de conquista, Cristo reina com autoridade absoluta sobre todas as criaturas. Entretanto, não governa segundo os métodos do mundo

Monsenhor João S. Clá Dias, EP, Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório



35 O povo estava a observar. Os príncipes dos sacerdotes com o povo O escarneciam dizendo: “Salvou os outros, salve-Se a Si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus!” 36 Também o insultavam os soldados que, aproximando-se d’Ele e oferecendo-lhe vinagre, 37 diziam: “Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo!” 38 Estava também por cima de sua cabeça uma inscrição: “Este é o Rei dos judeus”. 39 Um daqueles ladrões que estavam suspensos da cruz, blasfemava contra Ele, dizendo: “Se és o Cristo, salva-Te a Ti mesmo e a nós!” 40 O outro, porém, tomando a palavra, repreendia-o dizendo: “Nem tu temes a Deus, estando no mesmo suplício? 41 Quanto a nós se fez justiça, porque recebemos o castigo que mereciam nossas ações, mas Este não fez nenhum mal”. 42 E dizia a Jesus: “Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no teu Reino!” 43 Jesus disse-lhe: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 35-43).

I – Rei no tempo e na eternidade

Ao ouvirmos este Evangelho da Paixão, de imediato surge em nosso interior uma certa perplexidade: por que a Liturgia, para celebrar uma festa tão grandiosa como a de Cristo Rei, terá escolhido um texto todo ele feito de humilhação, blasfêmia e dor?

Continue lendo “Cristo Rei”

Quanto à Eucaristia, Direitos e Deveres

Tributem os fiéis a máxima veneração à Santíssima Eucaristia, tomando parte ativa na celebração do sacrifício augustíssimo, recebendo este sacramento frequentemente e com muita devoção, dando-lhe culto com suma adoração (Código de Direito Canónico, cânon n° 898 )

Pe. Rafael Ramón Ibarguren Schindler*, EP

Praça de São Pedro, Estado do Vaticano

Entende-se por Direito o conjunto de normas que são estabelecidas para reger uma sociedade determinada.

Naturalmente, essas normas se dispõem de maneira obrigatória e seu não cumprimento pode acarretar uma sanção.

A Igreja, como o Estado ou qualquer outra sociedade, tem seu direito próprio, o Direito Canônico. Nada mais lógico, uma vez que ela é uma sociedade visível, instituída e organizada hierarquicamente, que trata das necessidades e das obrigações dos fiéis.

O Código de Direito Canónico vigente na Igreja Latina foi promulgado por São João Paulo II em 25 de janeiro de 1983.

Ele compõe-se de normas jurídicas que alcançam o amplo campo da vida eclesial; algumas são vinculantes e por isso obrigam-se em consciência, outras são discricionárias, e outras, por fim, exortativas.

Continue lendo “Quanto à Eucaristia, Direitos e Deveres”