Maria Santíssima: Rainha a dois títulos


Nossa Senhora é Rainha porque é Mãe de Deus. Ninguém teve, nem pode ter, com a Santíssima Trindade uma união mais estreita do que Ela

Plínio Corrêa de Oliveira

A Santíssima Virgem é, por excelência, a Filha do Padre Eterno, a Mãe do Verbo Encarnado e a Esposa do Espírito Santo, que gerou n’Ela Nosso Senhor Jesus Cristo.

Além disso, Ela é Rainha porque a Providência colocou o governo de todas as criaturas nas mãos d’Ela. Quer dizer, sendo a Medianeira de todas as graças, as orações que sobem a Deus devem passar por Ela. Se o Céu inteiro pedisse algum favor sem Ela, não obteria. Maria Santíssima pedindo sozinha obtém.

Isto é ser Rainha, na maior força do termo. ♦


(Extraído de conferência de 31/5/1969)

“O Anjo Guardião do Paraíso”

Quero que o último ato de meu intelecto e o último pulsar de meu coração seja um brado de amor e fidelidade ao Papado”, costumava repetir Dr. Plinio até seus derradeiros dias. Sentimento que transparece nas palavras aqui transcritas, com as quais recorda a figura de um dos maiores Pontífices que já ocuparam a Cátedra de Pedro: São Pio X, cuja festa se celebra no dia 21 de agosto


Homem de origem assaz modesta, o Cardeal Sarto (em italiano, sarto quer dizer alfaiate) nasceu na pequena aldeia de Riese, na qual até hoje se conservam a casa em que ele veio ao mundo e todas as lembranças de sua história desde menino. Riese tornou-se um lugar de peregrinação. Adolescente, Giuseppe Sarto deixou o lar paterno para ingressar no seminário da diocese de Treviso. Depois de completar seus estudos em Pádua, foi ordenado sacerdote, e, três décadas mais tarde, sagrado Bispo de Mântua. Em 1893 tornou-se Cardeal e Patriarca de Veneza, de onde partiu para ser eleito Papa.

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A tentação da “limbolatria”

XVIII Domingo do Tempo Comum

Diante dos prazeres, até legítimos, que a vida nesta Terra pode oferecer, facilmente o homem se esquece da eternidade para a qual foi criado

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP


A vocação trocada por uma fechadura….

Conta-se que certa vez um monge acabou por abandonar sua vocação em troca de uma mera bagatela. Havia ele trabalhado durante anos como exímio ferreiro e, em determinado momento, sentira em seu interior um forte impulso para seguir as vias da vida contemplativa. Deixando tudo, dirigiu-se a um mosteiro, onde foi admitido.

Passado algum tempo, foi-lhe destinada uma cela cuja porta rangia e batia sem cessar dia e noite, pois não se fechava bem. Querendo resolver o problema, nosso monge pediu licença ao superior e fabricou uma magnífica fechadura. Além disso, aproveitou para consertar a própria porta, ajustando-a melhor ao marco da parede. Afinal, conseguiu transformá-la numa peça modelar para toda a comunidade.

Encantado com seu próprio labor, passeava pelos corredores do edifício, admirado por não achar nenhuma fechadura comparável à dele, tão perfeita e bem acabada. Entretanto, com o correr dos meses, foi criando dentro de si um apego excessivo pelo acessório, aparentemente inofensivo.

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Deus ama a oração importuna

Dr. Plínio pronunciou uma série de conferencias em 1957 sobre o livro de Santo Afonso Maria de Ligório “A Oração, o grande meio da salvação”. Neste 01 de agosto, dia deste grande santo, publicamos neste post alguns trechos de uma delas, dada a grande importância que o tema representa para a vida espiritual de todo católico

Dr. Plínio Corrêa de Oliveira

 

Para obter que Nosso Senhor nos abra a porta, basta ser importuno. Isso está dito textualmente e comentado por um Doutor da Igreja do porte de Santo Afonso de Ligório. Devemos considerar, de uma vez por todas que, na oração, não são nossas misérias que entram em linha de conta.

A oração não é um cheque bancário contra Deus

A oração tampouco é um cheque que eu saco do fundo dos meus créditos e compro de Deus um favor. … preciso desfazer tal ideia, pois é um obstáculo para o desenvolvimento da nossa vida espiritual.

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Santa Maria Madalena: Aquela que muito amou

Por Padre Francisco Teixeira de Araújo, EP. A alma apaixonada desconhece o medo, não mede riscos. No Horto das Oliveiras, os Apóstolos fugiram apavorados. Madalena, bem ao contrário, foi à procura de seu Amado, e Ele veio ao seu encontro.

Pecadora! Por este e outros epítetos nada elogiosos se apontava em Jerusalém e adjacências Maria Madalena, mulher rica, de nobre estirpe, notável beleza e vida dissoluta.

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A cruz, quando inteiramente abraçada, nos configura com Cristo

XII Domingo do Tempo Comum

No auge da fama e da popularidade de Nosso Senhor, todos esperam para breve sua aclamação como um líder político sem precedentes. Jesus, porém, desfaz essa errônea expectativa com o anúncio de sua Paixão

Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, EP

A tentação da terceira posição

E difícil para o homem, no relacionamento com o próximo ou com Deus, agir segundo as exigências de sua consciência, da moral e da verdade. Tomar uma atitude decidida e definitiva constitui uma escolha árdua, pois, por um lado, no interior da alma, clama a voz das más inclinações decorrentes do pecado e, por outro, o convite à retidão, à perfeição e à santidade feito pela graça.

Optar por uma dessas solicitações acarreta sérias consequências, surgindo a partir daí uma luta que continua durante toda a vida até o momento do juízo particular, fato que explica a conhecida afirmação de Jó: “a vida do homem sobre a Terra é uma luta” (7, 1). Não há uma idade a partir da qual seja possível considerá-la encerrada; pelo contrário, as batalhas espirituais tornam-se cada vez mais impetuosas com o passar do tempo. Comprova-o a hagiografia, ao mostrar a luta presente na trajetória terrena dos santos, até o último suspiro deles. Célebre é a exclamação de São Luís Grignion de Montfort, na hora da morte, indicativa de seu constante esforço para se manter fiel à Lei divina, da qual se julgava cumpridor muito imperfeito: “Cheguei ao termo de minha carreira: não pecarei mais!”1

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