Oração composta por Monsenhor João Clá para os grupos do Oratório

É desejo profundo do Fundador, que todos os participantes do Apostolado do Oratório cresçam sempre na devoção e união com a Virgem Santíssima.

Monsenhor João Clá - Catedral da Sé
Monsenhor João Clá – Primeiro Sábado na Catedral da Sé

Durante uma reunião plenária realizada por Monsenhor João Clá Dias, fundador do Apostolado do Oratório, um arauto pergunta se ele poderia compor uma Oração para ser rezada pelas famílias que tem a honra de receber mensalmente o Oratório de Nossa Senhora de Fátima. Atendendo a solicitação daquele arauto, Monsenhor João ditou a bela Oração que segue.

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Meditação do Primeiro Sábado fevereiro 2018

II Mistério Luminoso

Transformação da água em vinho nas Bodas de Caná
O melhor vinho para o fim: o “vinho” de Maria

As bodas de Caná, Gerard Davi, Museu do Louvre, Paris

Nossa Senhora atenta aos necessitados

Como sempre, despreocupada de Si, Maria Santíssima prestava atenção em tudo, desejosa de fazer o bem aos outros. Percebeu, então, talvez sem ninguém Lhe ter comunicado, a situação embaraçosa: acabara o vinho. Que vergonha para os anfitriões! Quão grande seria a decepção quando isto viesse a saber-se! Tal, porém, não aconteceu, pois o Coração de Maria não poderia ver uma necessidade, uma aflição e, mesmo sem ser rogada, intervém pedindo um milagre para tirar de embaraços esses humildes esposos.

Nossa Senhora tudo interpretava com sabedoria e por certo considerou que a Providência permitira a falta de vinho para dar a Jesus ocasião de manifestar sua Divindade. Ele ainda não operara prodígio algum, mas Ela não duvida de seu poder sobrenatural, e sua comunicação implica numa súplica de que faça o possível, mesmo um milagre.

Oração Preparatória

Ó Virgem Santíssima de Fátima, Mãe de Deus e nossa, a quem oferecemos esta meditação em reparação ao vosso Coração Imaculado: intercedei hoje por nós do mesmo modo como outrora o fizestes nas Bodas de Caná, e rogai a vosso adorável Filho que nos conceda as graças que nos faltam e das quais tanto necessitamos para aceitarmos os milagres da misericórdia divina em nossa vida e em nossa peregrinação rumo ao Céu. Amém.

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Veja também: “Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”

Boletim Informativo janeiro/fevereiro 2018

A grande fé demonstrada pelos Reis Magos na Epifania nos deve servir de exemplo. A Santa Igreja Católica Apostólica Romana é a estrela que nos guia até Jesus.

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

A Epifania do Senhor

A Solenidade da Epifania do Senhor, ou Adoração dos Reis Magos, é para nós mais importante, em certo sentido, do que o próprio Natal – embora este seja mais celebrado
– por nos tocar muito de perto. Como assim?

Era uma época auge… Auge de decadência da humanidade! A situação social, política e, sobretudo, moral, era a pior possível. O mundo, penetrado de desprezos, ódios e invejas, havia chegado ao fundo de um abismo, e a civilização antiga encontrava-se num impasse, pois ninguém vislumbrava uma solução para a crise que lhe minava os fundamentos.

E é esse o tempo em que nasce Nosso Senhor Jesus Cristo, numa localidade judaica, em Belém, de uma Mãe judia e para os judeus. Ele dirá mais tarde aos Doze, ao enviá-los em missão: “Ide antes às ovelhas que se perderam da casa de Israel” (Mt 10, 6). Dir-se-ia que a vocação do Messias se restringia ao povo eleito. Entretanto, alguns dias depois do seu nascimento recebe os Magos, oriundos de terras longínquas, significando a universalidade da Redenção e antecipando o chamado à gentilidade, que tornaria claro na iminência de subir aos Céus, ao dar o mandato aos Apóstolos: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações;
batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19).

Ele veio para todos os outros povos, portanto também para nós. Deus se manifestou a todas as classes sociais, nobres e plebeus, à multiplicidade das raças e nações, a sábios e ignorantes, aos poderosos e aos de condição humilde, sem excluir ninguém.

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Guiados por uma estrela

Um dos elementos principais, ao contemplarmos o episódio da Epifania, é a visão da estrela que levou os Magos a se porem a caminho. Segundo São Tomás de Aquino, a estrela avistada pelos Reis Magos, não era um astro como os demais, pois tinha sido criada por Deus para aquela circunstância, não no céu, mas na atmosfera, perto deles, com o objetivo de manifestar a realeza celeste do Menino que nascera em Belém.1

O Espírito Santo falou no fundo da alma dos Reis, inspirando-lhes a fé no advento do Messias. Com efeito, muitos outros avistaram a estrela, pois ela não fora invisível; todavia, nem todos acreditaram, só aqueles que foram favorecidos por moções do Espírito Santo.

Por isso ressalta São Tomás o papel da graça, como um raio de verdade mais luminoso que a estrela, a instruir os corações dos Magos. É, então, mais importante a comunicação direta do Espírito Santo, do que os meros sinais sensíveis.2

A Igreja, estrela que nos guia até Jesus

A grande fé demonstrada pelos Reis Magos na Epifania nos deve servir de exemplo. A Santa Igreja Católica Apostólica Romana é a estrela que nos guia até Jesus. Sim! Ela, a distribuidora dos Sacramentos, promotora da santificação e dispensadora de todas as graças, faz o papel de uma estrela a cintilar diante de nossos olhos, através do esplendor de sua Liturgia, da infalibilidade de sua doutrina, da santidade de suas obras, convidando-nos a obedecer à voz do Divino Espírito Santo que fala em nosso interior.

Quem a ela se abraçar terá conquistado a salvação, quem se separar dela seguirá por outros caminhos e não chegará à Belém eterna, onde está aquele Menino, agora sim, glorioso e refulgente pelos séculos dos séculos.

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1 Cf. SÃO TOMÁS DE AQUINO, Suma Teológica, III, a.7; a.5.
2 Cf. Idem, a.5, ad 4.

Veja também: Um profético documento pontifício sobre o Santo Rosário

Meditação do Primeiro Sábado janeiro 2018

I Mistério Luminoso – O batismo de Jesus às margens do Rio Jordão

Batismo de Jesus – Catedral de Como – Itália

Festa de esperança e santa alegria

Divindade e humildade de Cristo

Tu és o meu filho amado, em ti ponho o meu bem-querer”. Na festa do Batismo de Jesus ecoam estas palavras solenes. Elas nos convidam a reviver o momento em que Jesus, batizado por São João, sai das águas do rio Jordão e Deus Pai O apresenta como seu Filho unigênito, o Cordeiro que tira o pecado do mundo.

Ouve-se uma voz que provém do céu, enquanto o Espírito Santo, em forma de pomba, desce sobre Jesus que dá início público à sua missão de salvação. Missão caracterizada pelo estilo do servo manso e humilde, preparado para a abnegação total.

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A Luz resplandece nas trevas

Quando a escuridão do pecado parecia dominar o mundo, nasce em Belém
um Menino, que nos deixou sua luz a refulgir por todos os tempos

Ir. Leticia Gonçalves de Sousa, EP

Há certas horas da noite em que as trevas parecem estender seu reinado por toda a parte. As alegrias e vivacidades do dia são substituídas por uma densa obscuridade, pervadida de silêncio e carregada com o pesado fardo da incerteza e do perigo. Perante ela poder-se-ia perguntar: terá triunfado definitivamente a escuridão sobre a luz? A resposta, porém, está na espera… Em determinado momento, uma tênue réstia de luz quebra o negrume da noite e uma claridade suave começa a desvendar as belezas da criação.

É a aurora que chega, anunciando o dia! Não obstante, existem trevas muito mais densas e terríveis do que as da noite: são as do pecado, que passaram a dominar o mundo depois da culpa original. E para vencê-las foi preciso também esperar, durante séculos!… Até que “a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (Jo 1, 5). Quando tudo parecia imerso  nas sombras da morte, nasce “a verdadeira luz” (Jo 1, 9), Deus feito Homem, o Cordeiro Imaculado posto nas palhas de um Presépio, para redimir o gênero humano e vencer as trevas do pecado.

“Na mais feliz noite da História, os atributos de Deus se tornaram menos impenetráveis para nós. Jesus, além de externar a grandeza de sua onipotência, elevando o homem à divinização pela graça, pôde dizer-Se impecável: ‘Quem de vós Me acusará de pecado?’ (Jo 8, 46). […] Essas dádivas todas começaram seu curso na Gruta de Belém, trazidas pelo Menino Deus, coberto não só pelo estrelado manto da noite, como também por um véu de mistério”.1

Presépio da Sede do Apostolado do Oratório em São Paulo

E que mistério!… Mesmo depois de consumada a Redenção, quis Ele deixar sua luz a refulgir por todos os tempos na Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Ela é a dispensadora das graças, pelos Sacramentos, e transforma as almas mais gélidas e obscuras em autênticos faróis de santidade. É ela que matiza o céu da História, ora com as luzes da inocência, ora com a brilhante púrpura do sofrimento, ora com o lilás das almas penitentes. Que nela fulgure sempre a luz de Cristo, e que Maria Santíssima, Mãe da Igreja, ao trazer ao mundo a aurora da salvação, obtenha a graça de que sua ação se estenda pelos quatro cantos da Terra, conquistando todos os povos para seu Divino Filho, que veio como “luz para iluminar as nações” (Lc 2, 32).

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1 CLÁ DIAS, EP, João Scognamiglio. Eternidade feliz. In: O inédito sobre os Evangelhos. Comentários aos Evangelhos dominicais. Domingos do Advento, Natal, Quaresma e Páscoa – Solenidades do Senhor que ocorrem no Tempo Comum. Ano A. Città del Vaticano-São Paulo: LEV; Lumen Sapientiæ, 2013, v.I, p.120.

Veja mais: Dois Natais históricos

Meditação para o Primeiro Sábado dezembro 2017

Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo

Nossos corações e almas se voltam para a jubilosa celebração do Natal

Nasceu-nos um Menino, um Filho nos foi dado

    O amor de Deus pelo homem é imenso, desde toda a eternidade, como Ele mesmo nos diz pela boca do profeta Jeremias: Eu te amei com amor eterno e por misericórdia te tirei do nada (Jr 31,3). Porém, como nos ensina Santo Afonso de Ligório, esse amor apareceu em toda a sua grandeza quando o Filho de Deus se fez ver sob a forma duma criança reclinada sobre palha num estábulo. Foi então que se manifestou a bondade, a ternura e o amor únicos do nosso Deus Salvador aos homens.

E para nos inspirar mais confiança

Não temamos, pois, se realmente desejamos nos emendar e mudar nossos maus hábitos, esforçando-nos em amar somente a Jesus Cristo. Em vez de nos apavorarmos, confiemos; em vez de nos afligir, alegremo-nos! O Senhor protesta que quer esquecer-se de todas as ofensas de um pecador que se arrepende: Se o ímpio fizer penitência, não me recordarei de todas as suas iniquidades. E para nos inspirar ainda mais confiança, nosso divino Salvador se fez menino. Afinal, quem temeria aproximar-se de uma criança? As crianças nada têm de terrível, respiram só doçura e amor.

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