Até onde deve chegar nossa fé


XIX Domingo do Tempo Comum

A barca com os Apóstolos é sacudida pela tempestade: bem poderia ser a imagem da Igreja em luta nos mares deste mundo, em plena noite, visando desembarcar nas margens do Reino Eterno

Monsenhor João S. Clá Dias, EP,
Fundador dos Arautos do Evangelho

 

 

Depois da multiplicação dos pães, 22 Jesus mandou que os
discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o
outro lado do mar, enquanto Ele despediria as multidões.

Se Jesus tivesse permanecido em meio à multidão, junto com seus discípulos, provavelmente estes se deixariam influenciar pela exaltação de todos. Pois, era também deles o sonho de libertação do jugo romano e de conquista do mundo inteiro.

Se, por outro lado, Ele partisse com seus discípulos para outras bandas, a febricitação das turbas não faria senão incrementar-se e, de repente, poderia arrebentar uma revolução na própria Galileia. A História nos ensina como essas ocasiões levam, às vezes, a verdadeiros incêndios cujas chamas tudo devoram.

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São João Batista Maria Vianney, Padroeiro dos sacerdotes

Em sua primeira infância não lhe faltaram manifestações precoces de profunda religiosidade, preferindo uma imagem de Nossa Senhora sobre qualquer outro brinquedo. Com apenas quatro anos, não era raro encontrá-lo rezando no celeiro

Ir. Lucilia Lins Brandão Veas, EP

São João Batista Maria Vianney nasceu na aldeia francesa de Dardilly, não longe de Ars, em 8 de maio de 1786, pouco antes de eclodir a Revolução Francesa.

Sobrevieram os terríveis anos do Terror. Ainda que este não tenha feito muitos mártires em Dardilly, os objetos religiosos precisaram ser escondidos e o pároco do lugar foi substituído por um sacerdote juramentado, cujos sermões de cunho político acabaram por afastar os aldeães da frequência à igreja.

Quando em 1800 as igrejas foram reabertas, João conheceu em Écully, vila próxima a Dardilly, o Pe. Charles Balley, homem virtuoso que discerniu sua vocação sacerdotal e não poupou esforços por vê-la desabrochada, ajudando-o ao longo dos anos de preparação. Conta-se que o jovem camponês fora reprovado nos primeiros exames para a ordenação, pois os estudos lhe eram muito penosos. Mas seu esforço venceu todas as dificuldades.

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As parábolas sobre o Reino

XVII Domingo do Tempo Comum

Três parábolas sobre o Reino — a do tesouro escondido, a da pérola e a da rede —, preciosos ensinamentos para a nossa vida espiritual, a fim de alcançarmos a eterna salvação. Quando os “pescadores” separarem os “peixes”, no fim do mundo, estaremos nós entre os bons ou entre os maus?

Mons. João S. Clá Dia, EP

 


O Reino revelado pelo Divino Mestre

Tendo sido enviados alguns soldados pelas autoridades religiosas do Templo para prender Jesus, retornaram sem cumprir a missão, alegando ter sido impossível executá-la, pelo simples fato de nunca ninguém ter falado como Ele. Transparece, nesse episódio, o grande poder de expressão da verdade ensinada pela Verdade Encarnada. Ninguém jamais chegou a ser mestre, ou virá a sê-lo, em toda significação do termo, como o foi Jesus Cristo. Quem, de fato, conseguirá ultrapassar em pedagogia o Pregador Divino?

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Joio, mostarda, fermento e o Reino

XVI Domingo do Tempo Comum

Retificar os conceitos errôneos do povo judeu sobre o Reino messiânico, acentuar o quanto devemos crer na força de expansão
da Igreja, e insistir na necessidade da vigilância, são os principais objetivos destas parábolas

Mons. João S. Clá Dias, EP.
Fundador dos Arautos do Evangelho e do Apostolado do Oratório

 

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A palavra de Jesus é viva e eficaz

XV Domingo do Tempo Comum

A todo propósito, Deus lança com abundância em nossas almas a semente de sua palavra. Compete a nós fazê-la frutificar para a maior glória do Criador

Mons. João S. Clá Dias, EP
Fundador dos Arautos do Evangelho
e do Apostolado do Oratório

 

 

Uma parábola rica de significados

1Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-Se às margens
do Mar da Galileia. 2Uma grande multidão reuniu-se em volta
d’Ele. Por isso, Jesus entrou numa barca e sentou-Se, enquanto a
multidão ficava de pé, na praia.

Cada pequeno detalhe deste trecho é denso de significado e de superior beleza. O Mestre sai de sua casa em Cafarnaum — como gostaríamos de conhecer esta casa! — e vai para a praia. O Mar da Galileia deveria estar sereno, sem o rumorejar das ondas, possibilitando que a voz de Cristo fosse ouvida com facilidade pela multidão disposta ao longo daquele anfiteatro natural. Tudo de uma grandiosa simplicidade, de tal forma que se esta barca tivesse sido preservada, mereceria sem duvida ser venerada em uma catedral-relicário. Maravilhoso é o cenário preparado para este solene momento: é Deus quem vai falar!

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Amanhã, tudo saberemos!

XII Domingo do Tempo Comum

A morte, com sua implacabilidade, retira de nossos olhos os óculos que falseiam a visão do universo criado e do relacionamento de cada um de nós com o próximo e com Deus. No dia do Juízo “nada há encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido”

Mons. João S. Clá Dias, EP

 

A morte, fim de todas essas quimeras

Vivemos nesta Terra em estado de prova e de passagem. Tão precária é nossa situação que nos enganamos com facilidade, mesmo a propósito do tempo, vivendo como se nossa permanência neste mundo fosse eterna. Não é raro cruzar pela nossa mente aquele sonho da possível descoberta do elixir da longa vida, ou do elixir da própria imortalidade. Muitos prefeririam estender ao infinito os limites de sua existência terrena, transformando-a numa espécie de limbo perpétuo, quer dizer, um tipo de vida no qual pudessem ter felicidade natural, sem nenhum voo de espírito. Esses participam, consciente ou inconscientemente, de um culto implícito que poderia muito bem ser rotulado de “limbolatria”.

A morte, com sua implacabilidade e trágica realidade, põe fim a essas quimeras, e retira de nossos olhos os óculos que falseiam a visão do universo criado e do relacionamento de cada um de nós com o próximo e com Deus. Ademais, a morte traz consigo o juízo divino: “nada há de encoberto que não seja revelado”.

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