Preparando a alma para a Semana Santa

Ao nos aproximarmos da Semana Santa, devemos ter uma compreensão clara de seu significado e do bem que a Igreja tem intenção de nos obter durante esses dias. Dr. Plinio, com entranhada piedade, nos aponta como participar das comemorações da Paixão de modo atento, devoto e esperançado

Plínio Corrêa de Oliveira

 

Sem prestar atenção nas coisas, nada se faz bem feito. Por exemplo, um pintor que não presta atenção na pintura, não faz nada que preste. Fixar a atenção aonde deve e mantê-la ali durante o tempo necessário, é condição para que a pessoa faça qualquer coisa de bom.

Essa verdade se aplica, sobretudo, para aquilo que há de mais importante: os atos de piedade pelos quais a pessoa se volta para Deus, pede-Lhe graças e as recebe. É preciso saber recolher essas graças e aproveitá-las, agindo na linha em que elas indicam.

Tudo isso supõe muita seriedade. E para termos essa seriedade bem atenta durante o importantíssimo período do ano litúrgico onde os católicos comemoram a Paixão e Morte de Cristo, a Compaixão de Nossa Senhora e a Ressurreição de Nosso Senhor, apresentarei algumas noções a respeito dessas comemorações.

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Recentemente, médicos estudaram o que Nosso Senhor deve ter sofrido na Cruz. Cada um de seus pulsos foi transpassado por um cravo, e não havia um suporte embaixo dos pés, como em geral os crucifixos apresentam. Seus pés também estavam atravessados por um cravo, que os prendia diretamente no madeiro da Cruz.

Antes de ser crucificado, Nosso Senhor havia perdido bastante sangue, mas no alto da Cruz perdia muito mais. Quando sentia falta de ar, a fim de respirar melhor, Ele se elevava apoiado nos cravos das mãos e dos pés, sofrendo com isso dores atrozes.

Nesse terrível tormento Jesus ainda disse: “Mulher, eis aí teu filho!”, “Filho, eis aí tua Mãe.” Essas palavras indicavam um grande perdão, porque São João Evangelista havia dormido no Horto das Oliveiras.

O fato é que São João, a partir daquele momento, passou a ser especialmente filho de Nossa Senhora. Ele era parente muito chegado de Maria Santíssima, porque a mãe dele era prima d’Ela. Mas não era filho. Filho ele se tornou quando Nosso Senhor disse-lhe: “Filho, eis aí tua mãe.” Aquele que horas antes fugira, recebia agora a maior graça que se pode imaginar.

E no auge das dores, Jesus exclamou: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Ele sabia que não estava abandonado; era um clamor, pois seu sofrimento havia chegado ao auge. Depois inclinou a cabeça e expirou.

No alto da Cruz, Nosso Senhor tinha presente cada ato que praticamos

Nosso Senhor tinha ciência de tudo, do presente, passado e futuro, porque era o Homem-Deus. Conhecia todas as pessoas e, portanto, cada um de nós individualmente. No alto da Cruz, Ele teve em vista todos os pecados por nós cometidos, todos os nossos atos de virtude, minhas palavras neste auditório e os que estão me ouvindo. E ofereceu seus sofrimentos e sua vida por cada um de nós individualmente.

Jesus abriu o Céu para nossas almas. Continuamente nos concede graças, sua misericórdia desce sobre nós. Ele vem ao nosso coração por meio da Sagrada Comunhão. Sua Mãe está rezando o tempo inteiro no Céu por nós, como nossa Advogada.

O problema central de nossa vida…

Caso pequemos, arrependemo-nos imediatamente e, por meio de Maria Santíssima, peçamos a Ele que nos perdoe. Se for um pecado mortal, precisamos ir logo nos confessar para que essa mancha repugnante e horrível se apague de nossas almas, a fim de voltarmos à graça de Deus.

E devemos nos compenetrar de que o problema central de nossa vida consiste em praticarmos cada vez mais atos de virtude e sermos imitadores de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela intercessão de Maria. E, por outro lado, calcarmos aos pés o demônio, recusando as solicitações para o pecado que ele nos faz para o pecado. E, confiando em Nossa Senhora, poderemos dizer: “Non peccabo in aeternum – Não pecarei eternamente”.

Para que tudo isto não se apague das almas dos meus ouvintes — recordem-se de como o beneficiado tende a se esquecer do benefício recebido —, é preciso rezar a Nossa Senhora, pedindo-Lhe que isso não aconteça. E que Ela lhes dê as graças necessárias e superabundantes a fim de não pecarem mais. Desse modo, suas vidas transcorrerão na contínua amizade de Deus e de Nossa Senhora, até o momento bem-aventurado em que entregarem suas almas a Deus e subirem para o Céu.

Esta é uma introdução para esses dias de meditação. ♦


(Extraído  de conferência  de 2/3/1991)

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2 respostas para “Preparando a alma para a Semana Santa”

  1. Salve Maria.
    Meu Deus como é grande o seu amor por nós,o maior desejo que trago em meu coração é retribuir a tanto amor.
    Santa Mãe Virgem das Dores me ensine a ser fiel a tanto amor.
    Muito obrigado Pai Celestial pela sua Divina misericórdia.
    Salve Maria.

  2. Obrigada a vcs Arautos por nos auxiliar nestes tempos difíceis! Eu e muitas pessoas não podemos receber a sagrada comunhão! Mas temos a certeza de não estarmos Sozinhos! Se não vamos a Jesus! O Senhor vem até nós! Salve Maria. Liene supervisora geral doa oratórios.

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