A devoção a Nossa Senhora na alma de Plinio Corrêa de Oliveira

Outubro é o mês do Rosário, mês de Nossa Senhora Aparecida, é o mês onde não faltam referências a Bem Aventurada Virgem Maria. Por isso, publicaremos aqui uma breve coletânea de textos¹, onde Dr. Plinio explana como começou e cresceu em sua alma a devoção a Nossa Senhora. Desejamos a todos que a leitura dessas linhas façam aumentar em nós o amor, a confiança e a certeza do auxílio d’Aquela que foi eleita, desde toda eternidade, para ser a Mãe de nosso Salvador e Mãe nossa

“Salvai-me, Rainha!”

No domingo de manhã Plinio saiu de casa muito cedo e dirigiu-se ao Santuário do Sagrado Coração de Jesus para a Missa. (…) Ao entrar na igreja, não havendo lugar livre nos bancos da nave central, ele permaneceu à direita, no fundo. Por coincidência, dali se via à distância uma imagem branca de Nossa Senhora Auxiliadora.

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Altar-mor da Igreja do Sagrado Coração de Jesus em São Paulo

Na sua aflição, Plinio começou a rezar uma das orações que sabia de memória: a Salve Rainha. Ora, sem conhecer o significado da saudação latina salve, ele imaginava tratar-se de um pedido para ser salvo. Então, suplicou o auxilio d’Ela, dizendo:

12– Salve Rainha!

E para ele o sentido da prece era “Salvai-me! Salvai-me, porque minha situação é terrível!”

Ao pronunciar as palavras “Mãe de Misericórdia”, sentiu-se olhado com imensa maternalidade e teve em seu interior uma impressão de apoio e amparo, reconhecendo imediatamente quem era Aquela à qual se dirigia: a Mãe das mães, a Mãe por excelência, misericordiosa em extremo, a tábua de salvação! (…) Numa intuição rápida pensou: “A bondade d’Ela é muito superior  à de mamãe! Esta é a Mãe de minha mãe, o suprassumo do que ela é, a arqui-Mãe!”

Detalhe da imagem de Nossa Senhora Auxiliadora - Igreja Sagrado Coração de Jesus
Detalhe da imagem de Nossa Senhora Auxiliadora – Igreja Sagrado Coração de Jesus

E continuou: “Vida, doçura, esperança… Ela tem vida, Ela dá a vida! E que doçura! A doçura da Da. Lucília é tal que não há termos para descrevê-la, mas se ela é doce, Nossa Senhora é ainda mais doce! Esperança! N’Ela eu posso esperar, mais do que em minha mãe! É a solução para os meus problemas”.

Nesse momento, a imagem da Santíssima Virgem parecia sorrir-lhe, cheia de carinho. Tocado no fundo da alma por uma graça mística, ele experimentou em si o amor de Nossa Senhora e o quanto estava Ela disposta a perdoá-lo, reconduzi-lo ao bom caminho, dar-lhe forças e fazer por ele o inimaginável. Plinio também recebeu a confirmação de que perseveraria na fidelidade e na virtude, apesar de sua fraqueza: doravante não haveria mais nenhum desvio de sua parte, pois Ela o manteria.

Era como se escutasse a voz de Nossa Senhora dizendo-lhe: “Meu filho, não se preocupe, não se pertube, esqueça o que aconteceu, porque Eu arranjo essa situação. Tudo está resolvido”. E fazia-lhe uma promessa, dando a certeza de sua proteção maternal: “Eu lhe dou a garantia: nunca o abandonarei, jamais o deixarei só. Eu o acompanharei passo a passo, assistindo-o durante toda a vida. Sempre o protegerei e o levarei a cumprir sua vocação até o fim!” E tal manifestação lhe conferia uma extraordinária fortaleza, bem como uma enorme calma, toda fundada na confiança n’Ela.

O início de um relacionamento filial com Nossa Senhora

Mais tarde disse Dr. Plinio a respeito desse dia: “Minha devoção a Ela, entranhada, filial e fervorosa, começou nessa ocasião e eu devo a mamãe, cuja severidade me atirou nos braços de Nossa Senhora. Foi preciso receber um bom e merecido susto, para que meus olhos se abrissem e eu compreendesse por inteiro a bondade e a misericórdia d’Ela, numa espécie de contato pessoal, indefinível e indescritível, como se eu tivesse, de fato, conhecido Nossa Senhora. A partir desse dia, Ela estabeleceu comigo uma relação de bondade e eu jamais perdi a confiança n’Ela. Fiquei calmo para a vida inteira, pois fosse o que fosse, uma vez que me sentia envolvido por essa misericórdia, podia descansar”.

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1 Texto extraído da obra: O Dom de Sabedoria na Mente, Vida e Obra de Plinio Corrêa de Oliveira, de autoria de Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP, livro I, págs. 341-345.

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