Orquídeas e Santos

Marcos Eduardo Melo dos Santos

São Francisco de Sales – Foto: Timothy Ring

A indescritível diversidade existente entre as orquídeas aponta para outra maior: a dos santos. Há no Jardim Celestial uma variedade superior à das flores terrenas.

Elegantemente suspensas no tronco de frondosas árvores, exalando perfume, beleza e suavidade, desabrocham, sobretudo, nas selvas tropicais umas das mais belas flores que o homem possa contemplar: as orquídeas.

Embora a maioria delas nasça nas florestas quentes, seu mais propício habitat natural, outras brotam em prados secos ou úmidos, em relvados, mangais, matas temperadas, dunas, rochas e até no subsolo. Pois esta família botânica de surpreendente variedade compõe-se de dezenas de milhares de espécies oriundas de todas as latitudes do planeta: do círculo polar ártico ao mais tórrido clima equatorial.

Muitas destacam-se por suas exóticas formas e combinações de cores; outras apresentam um aspecto mais sóbrio, sem serem, entretanto, menos belas. Também existem aquelas de aparência jocosa, como a Orchis símia, uma espécie europeia que evoca a forma de macaco. Algumas têm um colorido “selvagem” que faz lembrar a pele de um tigre ou um leopardo. Já as do gênero Oncidium são conhecidas como “chuva de ouro”, devido ao seu pequeno tamanho, vistosa cor amarelo vivo e exuberante inflorescência.

Foto: Otávio de Melo – Orquidário da Universidade de São Paulo (ESALQ – Piracicaba)

Contudo, a maioria das orquídeas se caracteriza por uma beleza suave e harmônica. Assim são as do gênero Barkeria, originárias do México, de delicados tons rosados ou lilás, e as Catleias, verdadeiras rainhas desta família botânica, cuja deslumbrante formosura os cultivadores procuram incessantemente requintar. No mundo das orquidáceas, como no das flores em geral, o charme se encontra na variedade de formas, cores e perfumes. Se todas elas fossem iguais, perderiam muito de seu esplendor.

A indescritível diversidade existente entre as flores aponta para outra ainda maior: a das almas. Embora todos os homens gozem de igual dignidade — enquanto seres criados à imagem de Deus, dotados de alma racional e redimidos pelo Sangue preciosíssimo de Cristo —, cada um difere dos demais, por refletir um aspecto original e único das infinitas perfeições do Criador.

E assim como acontece com as orquídeas, há santos de todos os feitios, temperamentos, carismas. Junto a São Filipe Neri, simpático e até jocoso, deparamo-nos com o ascético Santo Antão; veneramos tanto São Luís, Rei de França, ou Santa Isabel, Rainha de Portugal, quanto o Poverello de Assis ou Santa Zita, empregada doméstica.

Nada tão desigual e ao mesmo tempo tão semelhante quanto dois santos. Nada mais harmônico que o grande Jardim Celestial onde brilham as feéricas cores das boas obras, e do qual emana o perfume inebriante das virtudes dos bem-aventurados. Há ali uma variedade superior à da família das orquídeas, pois o universo das almas é mais rico em diversidades e belezas do que qualquer outro conjunto da terra.

Fonte: Revista Arautos do Evangelho, nº 102 – junho de 2010, págs. 50-51.

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Meditação para o Primeiro Sábado de abril de 2014

I – Jesus retirou-se para recolher-se em oração

Diz São Mateus que Jesus retirou-se com eles para um lugar chamado Getsêmani. “Retirou-se” significa que Ele quis sair da agitação, da confusão e quis pôr-se em recolhimento. É em recolhimento que ele encontra o ambiente ideal para a oração.
O mesmo deve acontecer conosco. Quando temos uma oração importante para fazer, o ideal é que nos retiremos, nos recolhamos. Foi com este espírito, esta mentalidade que levou muitos dos cristãos dos primeiros tempos a se retirarem da sociedade e a escolher lugares desertos, afastados para poderem levar uma vida de contemplação, uma vida de oração.

Nosso Senhor não precisava retirar-se porque Ele é Deus. Ele é Homem, mas também é Deus. Ele poderia perfeitamente rezar onde estivesse, mas quis retirar-se por várias razões. Uma primeira razão é que se tratava de uma oração importante, fundamental. Ele ia contemplar o que haveria de se passar com Ele; ia pedir forças para enfrentar a situação terrível da sua Paixão. Era um momento solene… Mas ao mesmo tempo Ele quis nos indicar o quanto é útil retirar-nos para bem rezar. É bom que procuremos um lugar afastado como é a igreja. É por isso que muitas pessoas, no primeiro sábado do mês, reúne-se numa igreja ou capela para retirar-se do mundo, e, assim, dentro da calma, dentro da serenidade dirigem suas orações a Deus (Leia mais aqui!).

Obs: Se estiver usando o Firefox, dependendo da versão, depois de clicar em (Leia mais aqui!), será preciso procurar o arquivo da meditação na pasta de downloads padrão.

Veja também: Meditação para o Primeiro Sábado de março de 2014

Apostolado do Oratório promove retiro espiritual

O que vem a ser um retiro espiritual? É um período determinado, que dá-se num lugar apropriado para se exercitar o espírito. Assim como caminhar, correr ou frequentar uma academia de ginástica são exercícios corporais, da mesma maneira todo o modo de preparar a alma para tirar de si todas as afeições desordenadas e depois buscar e achar a vontade divina, chamam-se exercícios espirituais, realizados durante o retiro. Ali a pessoa irá examinar a sua consciência, meditar, contemplar, rezar, confessar e comungar.

Um grupo de supervisores e participantes do Curso de Formação Teológica que é realizado na casa do Apostolado do Oratório, fizeram no último feriado um retiro espiritual. O local escolhido foi a bela casa de retiros dos padres Salesianos, que fica na Vila Dom Bosco, em Campos do Jordão. Foram 76 retirantes, vindos de nove cidades: São Paulo, São Carlos, Ribeirão Preto, Franca, Mogi das Cruzes, Poá, Caieiras, Mairiporã e ainda um grupo de quinze pessoas vindo de Castanhal no Pará.

O pregador do retiro foi um sacerdote arauto, o Pe. José Roberto Polimeni. Foram três dias de um intenso convívio com Jesus, Maria e José.

Cada dia começava com a celebração da Santa Missa. Esse mistério tão sublime, onde o sacerdote consagra o pão e o vinho, e sob as espécies eucarística, Jesus se dá a nós no momento da Comunhão.

Sendo o retiro um convívio do retirante com o próprio Deus, entende-se a necessidade do silêncio e recolhimento, e deixar para trás os problemas, as preocupações e o corre-corre de todos os dias e suplicar a Nossa Senhora que nos dê sabedoria e forças para vivermos neste vale de lágrimas.

No próximo post veremos as várias etapas de um dia de retiro e também os temas tratados.

Abaixo fotos do evento | Crédito: Arautos do Evangelho

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Veja também: Curso de Teologia promovido pelo Apostolado do Oratório