Inesperadamente, pede o Batismo

Sri Lanka | Britannica Escola

 No começo do século XX um grupo de 12 rapazes, alunos do Colégio de Viviers na Bélgica, formou uma Associação a que deram por título “União de Orações”. Esses bons jovens comprometeram-se a rezar e a fazer uma hora de oração  por semana para que Deus abençoasse a Missão do seu antigo professor Padre Luís Bernarert em Colombo (atual Sirilanka).

Eis o que conta este sacerdote:

“Em visita aos doentes de um hospital, encontrei certa vez num quarto particular  um homem de meia idade, vítima de cancro (câncer). Era empregado dos correios, pessoa de boa índole, inteligente e de bom senso. As suas três filhas freqüentavam a escola da Missão Católica onde eu servia como professor e orientador espiritual. Ele porém, era budista e muito chegado aos sacerdotes dessa falsa religião.

Tratava-se de um caso desesperado e ele bem o entendia.

Consegui estar a sós com ele, falando-lhe à vontade sobre a Religião Católica. Depois de quase uma hora de conversa perguntei-lhe se queria ser batizado. Respondeu-me:

 — Compreendi bem tudo quanto o senhor me explicou; E gostei imensamente. Vou pensar, e amanhã darei a resposta.

No dia seguinte às 5 horas da tarde, como de costume fui ao hospital. Encontrei à volta da sua cama quatro monges budistas de modo que nem sequer consegui vê-lo.

Resolvi porém, não abandonar aquela alma, e voltar no dia seguinte à hora habitual. Às 2 horas da tarde tive que sair  da Missão para resolver alguns assuntos na cidade. Veio-me então a feliz idéia de antecipar a minha visita ao hospital.

Por sorte ou por Providência de Deus encontrei o doente em agonia. Amigos e parentes enchiam o quarto para o acompanharem no último momento. Na sua cabeceira estava o filho mais velho que era sacerdote de Buda.

Deixaram-me entrar, apesar de saberem ser eu um padre católico. Mas como conseguiria agora falar com o doente sobre o Batismo? Todas aquelas pessoas que o rodeavam eram inimigas da nossa religião. Se lhes pedisse que me deixassem a sós com o moribundo, era mais que certo que não o fariam.

O caso tornava-se urgente porque o doente estava nas últimas. Lembrei-me então, dos meus bons amigos de Viviers e rezei mentalmente:

– Senhor Jesus, atendei as orações  daqueles jovens de Viviers que tanto pedem e se sacrificam pela minha Missão neste país tão distante. Daí uma suprema graça a esta alma. Que ela não se perca eternamente!

Com muita confiança em Deus, perguntei com delicadeza ao moribundo:

– Fulano, você está me reconhecendo?

– Sim, padre, estou — disse com a voz quase inaudível.

– Você deseja que lhe faça aquilo de que anteontem lhe falei?

– Sim, padre – respondeu convicto, embora com a voz sumida.

 – Vou tratar disso então.

 A família estava longe de adivinhar o que era. Pensava certamente que conversamos sobre a educação das suas três filhas, favor que me tinha pedido, quando elas foram matriculadas na escola da Missão. Com toda a paz e sem  me perturbar, com naturalidade  cheguei- me mais para a cabeceira do doente. Com muito carinho disse às pessoas presentes:

– O doentinho está ardendo de febre. Tem a língua muito seca. Por favor, tragam-me uma xícara de leite frio.

Quando a trouxeram, eu mesmo lhe coloquei na boca algumas colheres de leite. A família parecia encantada com a minha delicadeza. Uma vez que os tinha conquistado, acrescentei:

– Ele está com os lábios secos e a testa  parece um forno. É preciso refrescá-la.

O monge budista, que estava ao lado apresentou-me um copo de água e um lenço. Passei o lenço umedecido pela testa do moribundo, deixando escorrer algumas gotas de água, enquanto dizia:

– José, eu te batizo, em nome do Pai, e  do Filho, e do Espírito Santo. Amem.

Ninguém desconfiou nada da grande maravilha que naquele momento ali acabara de se  realizar. O homem tinha deixado de ser pagão, de ser mera criatura. Era agora cristão, filho de Deus, da Santa Igreja e herdeiro do Céu. Meia hora depois, faleceu.

No dia seguinte, uma longa procissão de pagãos e sacerdotes budistas transportou o seu corpo para o cemitério. Se o enterro aos olhos dos homens era pagão, os  Anjos já tinham acompanhado a sua alma até o Céu.”

Aqui está mais uma vez o fruto da oração. Foi certamente devido às orações dos rapazes de Viviers que aquele pobre pagão recebeu a graça do Batismo.

Pe. FERNANDO LEITE. Jornal “A Presença” – Fevereiro de 1997 – nº 157. Lisboa – PORTUGAL.


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