Tempo houve…

A apreensão, a agitação e o medo não têm sido raros nestes últimos anos convulsionados e pandêmicos. A Santa de Ávila, Teresa, nos aponta uma saída.

Por Guilherme Motta

Em uma manhã, ao levantar da cama, sente-se as forças vacilarem. Discretos calafrios tomam conta do corpo e, ao colocar a mão na testa, presume-se uma temperatura mais quente do que a habitual: de fato, o termômetro acusa 37, 5 º, é febre. Pouco tempo mais, verifica-se que não se sente mais o odor de nada. Aquele saboroso prato que mais me comprazia, não agrada prová-lo: foi-se embora também o paladar. A respiração começa a ficar ofegante e difícil: os pulmões estão todos tomados. Logo se conclui: “Covid”.

Começa então a reinar uma pavorosa agitação. Toma-se imediatamente algumas providências: ligar a um parente ou conhecido que já passou por esta circunstância, descarregando nele uma torrente de perguntas a respeito dos vários sintomas e males que este vírus lhe ocasionou; busca-se consultar o quanto antes um bom médico, além de tomar os medicamentos receitados, sem desprezar os caseiros; resguarda-se o máximo possível de outras pessoas; tranca-se em casa e…

Tempo houve, em que a reação das pessoas diante de circunstâncias alarmantes como esta, era completamente diferente da que estamos nos habituando.

Conta-se que no século XVI, quando Santa Teresa de Ávila possuía apenas quatro anos de idade, uma terrível peste se alastrou por toda a Península Ibérica, prostrando milhares de homens e mulheres. Teresa já recebia as notícias de vizinhos seus que, perseguidos pela peste, iam, um a um, caindo desfalecidos.

Ora, em Ávila, sua cidade natal, reuniu-se o Conselho Geral de Castela para decidir a atitude das autoridades competentes, diante desta terrível pandemia. Entretanto, nenhum meio natural parecia solucionar o caso. Então, os presbíteros, juntamente com o Conselho Geral, magistrados e toda a população, dirigiram-se em procissão à igreja da cidade, dedicada a São Tomás, para implorar a Deus que salvasse a todos daquela assombrosa calamidade. Estando todos no santuário, retiraram a intacta Hóstia Sagrada de La Guardia, outrora profanada e roubada, mas milagrosamente ilesa, levando-a até à catedral entre cânticos penitenciais. Ali foi adorado o Divino Corpo de Nosso Senhor dia e noite, durante uma semana.

Comenta Santa Teresa, que “o Senhor, em sua Misericórdia, atendeu as fervorosas súplicas dos Avilenses, pois a cidade achou-se em pouco tempo limpa” – enquanto, em todo o resto da Península, a peste permaneceu por mais três anos.[1]

Se é real que na atual conjuntura as prevenções de distância social, uso de máscara e o cuidado com as aglomerações não são desprezíveis, de outro lado é bem verdade que a assídua frequência aos sacramentos e à oração, nestas circunstâncias de pandemia, não deveriam ser rejeitados por almas transbordantes de fé e realmente orientadas nos caminhos de Deus.


[1] WALSH, William. Teresa de Ávila. Trad. Henrique B. Ruas e José M. de Almeida. Lisboa: Herder, p. 14.


Contar com a proteção e a amizade dos anjos é fundamental nos dias que vivemos. 🙏


Inscreva-se no Curso Online sobre os Anjos e saiba tudo sobre esse tema. Aproveite.

Acesse aqui ➡️ https://hotm.art/curso-anjos-arautos

amor aparecida apostolado apostolado do oratório arautos do evangelho arautos sacerdotes cidades comentario ao evangelho comunhão reparadora comunidade coordenadores Cristo deus devoção encontro eucaristia evangelho familias fátima grupos do oratorio heraldos del evangelio igreja imaculado coração de maria jesus liturgia maria meditação missa missao mariana Monsenhor João Clá Dias natal Nossa Senhora nossa senhora de fátima nosso senhor Notícias o inédito sobre os evangelhos oratório oração paróquia peregrinação Plinio Correa de Olivieira primeiro sábado santa missa santíssima virgem

Deixe uma resposta