Nosso maior tesouro

Nosso Deus, coroado de espinhos, não indica que a realeza de Deus é a realeza da dor?

Plinio Correa de Olivieira

Aceitemos o sofrimento; o sofrimento por toda a sorte de humilhações; o sofrimento por toda a sorte de vantagens de que desistimos; o sofrimento pelo esforço infatigável pelo bem; o sofrimento pela abnegação que não conhece limites.


Privar o Cristianismo do sofrimento é injuriar a Cristo, que quis que fosse de espinhos sua coroa; ser católico e ter medo de sofrer por Deus é fazer deste um mero banqueiro, que nos fornece prazer ao sabor de nossos caprichos, ou lacaio a quem se encomenda felicidade, como se lhe pede um copo de água. É amizade o ter medo de sofrer por um amigo? Não.

Logo, não é Cristianismo o ter medo de nos sacrificarmos por Jesus, nosso maior Amigo. Não cometamos a atrocidade de abandonar Jesus no Calvário. Não demos a bofetada de um pecado no rosto que Ele nos apresenta chagado por amor de nós. Não sejamos atrozes, não sejamos hienas, sejamos “mites et humiles corde – mansos e humildes de coração” (cfr. Mt. 11, 29) como Ele.


Tudo isso evidencia a necessidade do apostolado. Se amamos a Deus sobre todas as coisas, imolemo-nos por Ele. Se amamos ao próximo como a nós mesmos, demos-lhe a Fé, nosso maior tesouro.

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O Legionário, 11/10/1931

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